terça-feira, 25 de julho de 2017

A chegada do Pai Natal - 54


Sofia tinha ido para a cama a muito custo. Não queria dormir. Mas já passava da hora dela. Chamou a mãe vezes sem conta. Falava sozinha, fazia barulho e os pais já estavam cansados por ela não sossegar. Naquela noite lembrou-se que queria a luz da casa de banho acesa. Depois, já era a luz da cozinha. O facto é que não sossegava de jeito nenhum. De repente lembrei-me de lhe dizer umas palavras mágicas que resultaram na perfeição. Foi tiro e queda. Disse-lhe que faltava pouco para o Natal e como NY era uma cidade muito grande, o pai Natal já devia andar por aí...


Ela levantou a cabeça para ouvir melhor o que lhe estava a dizer, pois se era sobre o Natal, a conversa era importante, por isso, logo perguntou com uma interjeição "hum"? Continuei, dizendo-lhe que se o Pai Natal já andava por aí, era melhor apagar as luzes, assim, mesmo que ela não estivesse a dormir, ele pensaria que sim.

 

E de repente fui bruscamente interrompida por uma vozinha aflita, dizendo energicamente: "Ai, apaga, apaga!"

 

Apaguei as luzes e em cinco minutos a Sofia dormia que nem um anjo.

 

No outro dia quando a mãe perguntou o que se tinha passado que, de repente, sem mais nem menos, tinham deixado de a ouvir, a Sofia olhou para a mãe e respondeu: eu dumi. O pai Natal passou aqui na janela! 


Dani - 53


Eu estava de olho na criançada, enquanto estávamos todos na gelataria, desfrutando de sabores os mais variados, numa noite de calor.

 

Dani estava sentado no parapeito de pedra exterior da montra de uma loja, dando cabeçadas no vidro, pelo que a certa altura a senhora veio cá fora e disse-lhe qualquer coisa que não entendi, achando por bem intervir. 

 

Aproximei-me dele e disse-lhe que não podia dar cabeçadas no vidro porque podia parti-lo e ainda ficar magoado. Dani olhou para mim com o narizinho malandro empinado e com a sua carinha de desenho animado, olhos grandes e pestanudos, respondeu:

 

- "Já di e magoei-me".