Sofia
tinha ido para a cama a muito custo. Não queria dormir. Mas já passava da hora
dela. Chamou a mãe vezes sem conta. Falava sozinha, fazia barulho e os pais já
estavam cansados por ela não sossegar. Naquela noite lembrou-se que queria a
luz da casa de banho acesa. Depois, já era a luz da cozinha. O facto é que não
sossegava de jeito nenhum. De repente lembrei-me de lhe dizer umas palavras
mágicas que resultaram na perfeição. Foi tiro e queda. Disse-lhe que faltava pouco
para o Natal e como NY era uma cidade muito grande, o pai Natal já devia andar
por aí...
Ela levantou a cabeça para ouvir melhor o que lhe estava a dizer, pois se era
sobre o Natal, a conversa era importante, por isso, logo perguntou com uma
interjeição "hum"? Continuei, dizendo-lhe que se o Pai Natal já
andava por aí, era melhor apagar as luzes, assim, mesmo que ela não estivesse a
dormir, ele pensaria que sim.
E de
repente fui bruscamente interrompida por uma vozinha aflita, dizendo
energicamente: "Ai, apaga, apaga!"
Apaguei
as luzes e em cinco minutos a Sofia dormia que nem um anjo.
No outro dia quando a mãe perguntou o que se tinha passado que, de
repente, sem mais nem menos, tinham deixado de a ouvir, a Sofia olhou para a
mãe e respondeu: eu dumi. O pai Natal passou aqui na janela!