segunda-feira, 30 de novembro de 2020

A piscina - 62

 

A Tamy tinha quatro aninhos, estava com os pais e o irmãozinho de férias, em Portugal e estávamos todos em casa do tio João, onde a família se reúne com frequência no Verão, convivendo de modo descontraido ao ar livre, com muitos petiscos para saborear, mas principalmente muita brincadeira dentro e fora da piscina, que todos adoram.

Na hora de ir embora a Tamy ficou muito chateada, demonstrando de maneira muito evidente que por ela ficaria ali para sempre. Por isso, contrariada, de mão dada com a mãe e já de saída, deu a sua sentença:

“Mamãe, eu quero isto todo o dia!


quarta-feira, 18 de março de 2020

O aniversário de Sofia - 61


Era o aniversário de Sofia e estávamos de férias no Algarve, com calor e muita praia. Havia toda uma série de preparativos para o jantar, já que Sofia fazia 6 anos. Então, esta avó decidiu fazer um crumble de maçã que Sofia adora. E enquanto fazia o crumble dizia-lhe que estava a fazer um doce para um menino que fazia anos naquele dia(!). Sofia não se manifestava, mas várias vezes perguntou o que eu estava a fazer e de todas as vezes lhe respondi o mesmo, que estava a fazer um crumble para um menino que fazia anos naquele dia.

À noite vieram os tios e os primos e todos se foram sentando a comer o que lhes apetecia, dado que também trouxeram coisas variadas para o aniversário. A página tantas, quando as crianças já estavam nas sobremesas, percebi que Sofia comia de tudo menos do crumble que eu tinha feito especialmente para ela. E perguntei-lhe se ela não queria, convencida de que estava ansiosa por experimentar. Contudo, com toda a calma e tranquilidade, falando com a máxima convicção, limitou-se a responder “então o crumble não era para um menino que fazia anos? Foi o que tu disseste!?...”

E não comeu o crumble!...

 


terça-feira, 3 de março de 2020

O novo jogo de Sofia - 60



Sofia tem quase nove anos e adora jogos. Todas as vezes que estou com ela tem um jogo novo para mostrar e ensinar à avó. E agora está completamente rendida às delícias do seu último jogo que é de magia. Quando lá cheguei ela tratou logo de me chamar para me revelar as suas habilidades e os seus dotes especiais. E depois de inúmeros truques em que foi muito bem sucedida, tirou umas quantas cartas de um baralho normal, pedindo-me para eu adivinhar o número de cartas que ela tinha nas mãos. Olhando as cartas disse-lhe que não fazia a menor ideia de quantas eram. Mas ela insistiu porque precisava de dar continuidade ao truque. Para não fazer desfeita, disse ao acaso o número vinte e um. 

 

Em resposta ouço um melancólico “simmmmmm” que se prolongou o tempo suficiente para deixar transparecer a sua completa decepção e o maior desânimo, embora me tivesse dado uma enorme vontade de rir.

 

Sem querer, e contra todas as previsões, a “chata” da avó tinha mesmo acertado. Só que isso não fazia parte do jogo.