Pequenininha, a Sara, teria uns dois anos, quando um dia fui com
ela a uma loja ao lado do prédio onde moravam, porque ela queria qualquer coisa
e a mãe estava ocupada, pelo que me pediu para a levar.
Enquanto eu tratava do assunto vi chegar ao pé dela um garotinho,
sensivelmente da mesma idade. Ficou frente a frente com ela, encheu o peito de
ar e apontava para o desenho da sua T-shirt, que ele não se cansava de exibir,
tentando fazer inveja à Sara. Punha as mãozinhas com os dedos apontados
aos vários pontos mais interessantes da t-shirt, ao mesmo tempo que bamboleava o corpo, numa ligeira dança para a direita e para a esquerda.
A Sara pequenita, com uma boneca debaixo do braço, olhava para o
garoto aparentemente indiferente. Não liguei e continuei à procura do
que tinha ido comprar. Até que, de repente, ouço a avó do garoto ralhar
com ele, dizendo-lhe para estar quieto. Olhando, vejo então o garoto que
continuava exibindo, cheio de vaidade, a sua t-shirt e a Sara, que tinha
acabado de vestir umas cuequinhas novas com uns bonecos muito fofos, com o
vestido levantado até às orelhas, barriga empinada para fora, rodando o corpo
de um lado para o outro e apontando para os bonecos sobre o seu pipi.
Pronto, não resistiu, e afinal não estava em desvantagem. Também
tinha algo novo e bem giro, por sinal. Mas acima de tudo, muito adequado para
mostrar.
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