Na sua curta
existência nesta vida, com três no Bangladesh e três em Portugal, Mehemet só
conheceu médicas, isto é, todas as consultas a que foi, foram sempre médicas a
observá-lo, inclusive dentista.
Um dia,
estando na brincadeira com ele, de repente, decidi mudar o rumo das coisas, perguntando-lhe
o que ele gostaria de ser quando fosse grande.
Encolheu os
ombros e ficou meio perdido, enquanto a mãe se apressou a responder por ele,
dizendo que queria ser polícia.
Comecei a
ampliar o leque de possibilidades, falando-lhe de várias coisas, como
engenheiro, arquiteto, médico.
Perante a
possibilidade de ser médico ele respondeu prontamente que não, um não muito
convicto, dizendo “médico não, na podi”. Perguntei porque não, enquanto tentava
adivinhar o motivo. Mas a resposta que logo seguiu fazia todo o sentido, uma
vez que ele só conhecia médicos mulheres: “Médico é menina”!?