A
Sofia que está com dois aninhos tem um mealheiro que esta avó lhe comprou
quando era ainda muito pequenina. Lembro-me de que as primeiras moedas tinham
que ser ajudadas, pois os minúsculos dedinhos ainda não tinham accionamento
suficiente para conseguir sozinha acertar com as moedas na ranhura. Mas
com a nossa ajuda, entre os nossos e os dedos dela, a coisa lá ia acontecendo.
Com alguma ginástica e com mais ou menos tempo, as moedas acabavam encontrando
o seu caminho até se ouvir o "tlim", no metal do mealheiro.
Presentemente,
damos-lhe as moedas e ela lá vai a correr tirar o mealheiro que está num lugar
certo, sendo que não precisa mais de ajuda nenhuma. Os dedinhos já estão super
desenvoltos e é num instante que ela faz as moedas caírem lá dentro.
Também
com o tempo as moedas foram tendo um percurso cada vez menor porque o mealheiro
está quase cheio e dentro em pouco já não haverá espaço para mais.
Acontece
que eu já tinha dito à Tânia que quando estivesse cheio se abrisse para
comprarem algo para ela, e eu compraria outro mealheiro para substituir aquele,
mas a Tânia disse que ela não precisava de nada e preferia pôr no Banco, o que
achei uma óptima ideia.
Assim,
um dia destes, cheguei lá a casa e pouco depois chamei a pequena Sofia,
dando-lhe três moedas de euro para o mealheiro. Entretanto, a mãe também lhe
deu mais uma e lá foi ela ligeirinha buscar o mealheiro para introduzir as
moedas, o que fez num ápice. Pelo tilintar percebi que estava já cheio e disse-lhe
que estava na altura de pedir à mamã para pôr o dinheiro que estava dentro do
mealheiro no banco, para ela ficar com "muito dinheiro".
A Sofia já tem a noção de que as coisas são adquiridas com
dinheiro. Já percebeu que, se quer alguma coisa, tem que comprar e para comprar
é preciso dinheiro. E como eu lhe disse que a mamã ia por no Banco para ficar
com mais dinheiro, não perdeu tempo. Foi a correr ter com a mãe, com o
mealheiro nas mãos, a quem o entregou. Com a mãe a segurar o mealheiro, tirou a
cadeirinha minúscula onde se costuma sentar para desenhar e pintar e fazer
outras coisas, na sua mesinha igualmente minúscula, própria para crianças
daquela idade. Puxou um banquinho do tamanho da cadeira, arrastou
para fora da mesa, olhou para a mãe e disse: "mamã, põe no banco"... (!)
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