Estávamos sentadas no banco de trás do carro, eu e a Sofia, na sua
cadeirinha obrigatória para crianças pequenas. O pai e a mãe à frente, íamos
para o parque, para ela brincar um pouco até ao final da tarde, aproveitando o
sol do Outono, sempre muito bem vindo.
Eu ia brincando com ela, porque é uma delícia a comunicação com as
crianças, quando reparei que ela tinha um fio de cabelo num canto da sua
linda boquinha. Tirei o cabelo e na frente dos meus olhos e dos dela, peguei
nas extremidades, dizendo-lhe que era um cabelo dela. Então, ela olhou
para mim com um ar solene e autoritário e com o minúsculo dedinho
indicador esticado, que levou à cabeça, disse: "Põe..."
Percebi. Aquele cabelo tinha que voltar para a cabeça dela. Era lá
o lugar dele. Fiquei a olhar para ela, com o fiozinho de cabelo na
mão sem ter nenhuma reacção, mas cheia de vontade de rir, quando ela
insistiu, dando a entender que eu não estava a obedecer à sua ordem. Levou o
indicador novamente à cabeça e batendo várias vezes com o dedo no cabelo
dela, voltou a ordenar "Põe"!...
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