A São
e o Aníbal estavam de férias em Lisboa e como de costume vieram ter connosco
para irmos jantar. A São passou a tarde na televisão (RTP) com a Marta, que
ainda não tinha dois anos. Tendo terminado o meu horário fui buscar o
Henrique à ama.
A Marta
era uma menina prodígio. Esperta, viva, alegre, cantarolava tudo o que ouvia,
era muito divertida.
Estávamos
sentadas nos sofás da área de lazer do Centro de Emissão, onde as crianças
podiam estar mais à vontade. Às tantas, a Marta, que estava sentada no chão,
resolveu fazer chichi ali mesmo, num sítio onde toda a gente passava. Não
contente com isso, desatou a chapinhar com as mãos e os pés. Chamei a São,
mas ela estava muito bem a conversar e não esteve para se incomodar. Só
ria. Fiquei pasmada com a passividade dela e pensei, quem me dera ser assim. O Henrique que tinha então quatro para cinco
anos, ria da javardice que a outra fazia. Finalmente,
a São levantou-se e levou a Marta à casa de banho, que era mesmo
em frente ao lugar onde estávamos. Voltou com a Marta já lavada e enxuta.
Assim que saíram, entrou o Henrique. A Marta viu o Henrique entrar e
foi atrás dele. Pensei: "o que é que aqueles dois vão fazer para a casa de
banho?!"...
Passaram
alguns minutos, o tempo suficiente para saírem e nada. Disse à São que os dois
estavam enfiados na casa de banho, mas ela riu e não se importou,
achando que não havia problema.
Continuámos
a nossa animada conversa e os dois nada de saírem. Eu não
conseguia deixar de pensar no que é que os dois estariam a tramar lá
dentro. Imaginava-os a chafurdar na água e a molharem-se um ao
outro. Estava super curiosa para ver o que é que ia sair dali. Mas eles
nada de saírem, nem barulho, nem vozes. Silêncio completo.
Decididamente, algo de interessante se passava e eu precisava
intervir. Entrei. Na primeira casa de banho, nada. Na segunda, os dois lá
enfiados. O Henrique de pé, com as calças para baixo, a fazer chichi, com
uma pontaria espectacular para dentro da sanita, fazendo um arco enorme. A
Marta do lado direito da sanita, com o dedinho indicador a meio
do arco, interrompendo o chichi, que por sua vez fazia um repuxo,
espalhando-se por todo o lado. Ambos ignoraram completamente a minha
presença, compenetrados e deliciados com a brincadeira.
Eu disse: "Henrique, não vez que ela é mais pequena que tu,
não a deixes pôr o dedo no teu chichi". Resposta dele,
tranquilo, com ar de gozo e dono e senhor da situação: "ela
põe porque quer".
Que história deliciosa!
ResponderEliminarE eu não me lembro de nada disto... bom, devo ter achado aquilo tudo tão normal que nem sequer memorizei.
Vou mostrar à Marta. Ela então, vai ficar parva!
Beijinho
vamo-nos mantendo em contacto
Conceição